Tocam os sinos que me fazem sentir a minha hora de partida. Sento-me para jantar, na mesa já velha pelo tempo que passou por ela. O silêncio se faz sentir, como se de mim quisesse arrancar uma palavra. Não me pronuncio, abstenho-me de conversas paralelas pois todas têm um alvo para atingir. Sinto fome porém escolho não ingerir nada, sinto sede..de todas as melodias que perdi. Deixo correr a água, sinto a batalha de pensamentos na minha cabeça. Combatem, confusos e inteiros de medo por perder o lugar em minha mente. Tenho uma overdose em pleno íntimo. Uma overdose de ideias natas. O animal pede carícias. Entrego-lhe minhas mãos em falta de viveza. Sinto a satisfação, regressando à realidade de um quarto vácuo onde não consigo respirar.
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